Cuide dos dentes: pesquisa liga problemas nas gengivas a mal de Alzheimer

Quem nunca ouviu aquela máxima: a boca é porta de entrada não só de alimentos e bebidas, mas também de sérias doenças?

Pois essa é a mais pura verdade!

As infecções na boca entram na corrente sanguínea e podem causar doenças como o infarto, por exemplo.

Mas agora, cientistas descobriram que a exposição a longo prazo a bactérias periodontais (da gengiva) provoca também a inflamação e a degeneração em neurônios cerebrais, semelhantes aos efeitos da doença de Alzheimer.

A periodontite é uma infecção comum da gengiva que danifica os tecidos moles e os ossos que sustentam o dente.

Conforme o sistema imunológico reage e as toxinas são liberadas, ocorre inflamação.

Se não for tratada corretamente, a infecção pode levar à perda do dente.

Mau hálito, gengivas com aspecto vermelho vivo ou arroxeado, gengivas inchadas e dentes soltos são alguns dos principais sintomas.

O estudo, publicado na revista PLOS ONE, sugere que a doença periodontal pode ser o ponta-pé inicial para o Alzheimer (doença progressiva que destrói a memória e outras funções mentais importantes).

"Outras pesquisas demonstraram uma estreita associação entre periodontite e comprometimento cognitivo, mas este é o primeiro estudo a mostrar que a exposição à bactéria periodontal resulta na formação de placas senis que aceleram o desenvolvimento da neuropatologia encontrada em pacientes com Alzheimer", disse doutor Keiko Watanabe, professor de periodontia na Universidade de Illinois em Chicago (UIC) College of Dentistry e um dos autores do estudo.

Para investigar o efeito dessa bactéria na saúde do cérebro, os pesquisadores estabeleceram periodontite crônica em dez camundongos selvagens.


Outro grupo de dez ratos serviu de controle.

Após 22 semanas de aplicação oral repetida das bactérias ao grupo de estudo, os pesquisadores estudaram o tecido cerebral dos camundongos e compararam a saúde do cérebro.

Os ratos expostos à bactéria tinham quantidades significativamente maiores de beta-amilóide acumulada – uma placa senil encontrada no tecido cerebral dos pacientes de Alzheimer.

Já aqueles com periodontite também tiveram mais inflamação no cérebro e menos neurônios intactos devido à degeneração.

Estes resultados foram ainda apoiados pela análise da proteína beta amiloide, além da análise de RNA, que mostrou uma maior expressão gênica associada à inflamação e degeneração nos camundongos com periodontite.

O DNA das bactérias periodontais também foi encontrado no tecido cerebral desses camundongos, e uma proteína bacteriana foi observada dentro de seus neurônios.

"Nossos dados não só demonstram o movimento de bactérias da boca ao cérebro, mas também que a infecção crônica leva a efeitos neurais semelhantes aos da doença de Alzheimer", disse Watanabe.

Entender os gatilhos e os fatores de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer é fundamental para o desenvolvimento dos tratamentos.

No Brasil, estima-se que 55 mil novos casos de demências ocorram todos os anos, a maioria decorrentes de Alzheimer.

Este blog de notícias sobre tratamentos naturais não substitui um especialista. Consulte sempre seu médico.



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