Em três dias, médico perde mãe e avó para o coronavírus; tio está na UTI

família do médico cirurgião Douglas Sterzza, de 28 anos, vive um drama em meio a pandemia do coronavírus. Sete parentes já foram infectados pela Covid-19 e dois familiares próximos morreram. No dia 24 de março foi a avó do médico, Iracema, que faleceu. Três dias depois a mãe de Douglas, Rita de Cássia, foi vítima do vírus.

Pelo contato com familiares e também por trabalhar em hospitais, Douglas também teve o resultado positivo para o novo coronavírus. Durante os 14 dias que permaneceu em quarentena, o jovem teve que sair do isolamento para realizar o sepultamento da mãe, sozinho.

“Quando fui enterrar minha mãe vi várias pessoas na rua”

Em entrevista ao R7, Douglas contou o sofrimento que está vivendo por causa do novo coronavírus. De acordo com o médico, a doença não é apenas uma gripezinha e já levou sua mãe e avó.

A primeira a sentir os sintomas foi Rita de Cássia. A mulher foi hospitalizada e logo encaminhada para a UTI. Neste intervalo, a mãe de Rita, avó do médico, revelou sintomas e faleceu no dia 24 de março. Três dias depois a mãe de Douglas também não resistiu e faleceu.

Depois das mortes, mais sete pessoas da família foram confirmadas com a doença. Inclusive um dos tios do médico está na UTI e outro já apresenta dificuldades para respirar.


No sepultamento da mãe, Douglas viveu um momento marcante. Após reconhecer o corpo de Rita no necrotério, o jovem foi de carro sozinho até o cemitério. Enquanto percorria o caminho, encontrou diversas pessoas nas ruas. “Quando fui enterrar minha mãe vi várias pessoas na rua, em grupos, como se estivessem de férias, se divertindo. É uma pena, elas não fazem ideia do que pode fazer essa doença“, relatou.

Sozinho no cemitério, para poupar a saúde do pai, o médico viu o caixão lacrado da mãe sendo tirado do carro e colocado direto na cova.

Como alerta, Douglas reforçou que os cuidados devem ser tomados dentro de casa também, para evitar que o vírus circule dentro das residências. “As pessoas se preocupam basicamente em não levar o vírus para a residência, e deixam em segundo plano a prevenção quando estão lá dentro”, comentou.

Nesta quarta-feira (1), Douglas retornou às atividades. O jovem faz residência no Hospital São Paulo, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e trabalha em outros hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte R7