Faleceu na Unidade de Terapia Intensiva de Juína, cidade do Mato Grosso a 240 km de Vilhena, um homem de 57 anos, identificado como Bento Ferreira. Ele passou por uma cirurgia de emergência no dia 25 de junho deste ano, depois de ficar mais de dois meses com gaze no abdômen.
Procurada por um site da cidade, a secretária de Saúde de Juína, Leda Vilaça, disse lamentar muito o ocorrido, e que tudo foi uma fatalidade que jamais deveria ter acontecido, uma vez que o médico responsável que fez a cirurgia tem um histórico de mais de mil procedimentos realizados no hospital municipal, sendo todos bem-sucedidas.
Leda falou que a equipe da gestão de saúde está trabalhando para que casos dessa natureza não venham a se repetir. E que foi aberto um procedimento de sindicância interna pela Secretaria de Saúde, a fim de investigar o caso e verificar o que realmente aconteceu, pois segundo a secretária Leda Villaça, o paciente já vinha fazendo tratamento muito tempo antes da cirurgia, após a qual o médico esqueceu a compressa de gaze dentro do corpo dele.
Além da sindicância aberta pela Secretaria Municipal de Saúde, o CRM (Conselho Regional de Medicina) também abriu um processo de investigação sobre o caso.
Leda Villaça afirmou que somente outro profissional da área de medicina ligado ao CRM terá a competência para julgar o caso, e que a secretaria se prontificou em colaborar, repassando informações apuradas pelo procedimento administrativo aberto. A investigação interna tem como objetivo apurar responsabilidades e evitar que fatos como esse se repitam.
Em vários momentos da entrevista, a secretária Leda Villaça elogiou o trabalho do médico citado no inquérito, dizendo que se trata de um profissional de renome que atende pelo Sistema Único de Saúde e que sua empresa presta serviços ao hospital municipal, onde já se realizou vários procedimentos cirúrgicos com sucesso.
A secretária se diz triste e solidária com os familiares de Bento Ferreira, e argumentou que não há motivos para que a população fique pavorosa em relação ao profissional de saúde que esqueceu a compressa de gaze dentro do paciente, pois se trata de um fato isolado e o profissional tem um currículo excelente na área médica e principalmente na realização de cirurgias.
Leda explicou que não há um prazo definido nem para a sindicância de procedimento interno, nem para o CRM efetuar a conclusão do caso, e continuou pontuando que irá trabalhar de forma mais acirrada para que fatos dessa natureza não venham se repetir.