Um sagui, macaco da espécie saguinis, foi encontrado morto em uma chácara no Bairro Nacional, Zona Norte de Porto Velho. O animal foi removido por uma equipe da Divisão de Controle de Zoonoses do município, na tarde desta segunda-feira (14), e será encaminhado para exame, por suspeita de febre amarela.
O macaco foi encontrado pelo dono do local, Manoel Colares, às 9h da manhã de domingo (13). O proprietário afirma ter ligado primeiramente para o Corpo de Bombeiros. “Houve demora para informar um procedimento. No fim, sugeriram colocar o animal em um saco e jogar fora”, afirma Manoel.
Após a recomendação, o proprietário disse ter ligado para a Polícia Militar que, por sua vez, o direcionou à Divisão de Controle de Zoonoses, da qual não conseguiu retorno. Foi somente na Polícia Ambiental que Manoel obteve a informação do Laboratório de Saúde do Estado para se manter longe do animal.
“Informaram que eu deveria avisar as autoridades competentes caso houvesse outra morte de macaco e que providenciasse a vacinação de todos os moradores próximos contra a febre amarela” informou o proprietário.
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Somente no fim da tarde desta segunda-feira (14) que uma equipe da Divisão de Controle de Zoonoses do Município chegou ao local para fazer a remoção do animal.
Segundo o gerente da Divisão, Thiago Martinho, o animal será destinado ao Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia (Lacen-RO), pois teme-se a suspeita de febre amarela.
“Removemos o animal e vamos fazer os protocolos padrões de notificação e investigação epidemiológica na região. O Lacen irá realizar a coleta do animal para investigação e, posteriormente, encaminhado ao Instituto Evandro Chagas no Pará, para exames que venham comprovar ou descartar a hipótese de febre amarela”, afirma o gerente.
Outros macacos foram encontrados mortos em Ji-Paraná, região central de Rondônia, nos meses de fevereiro e março deste ano. Eles foram encaminhados para exame no mesmo instituto, mas segundo a Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa-RO), o Instituto Evandro Chagas está demorando, em média, três meses para emissão de laudo completo sobre a suspeita de febre amarela.
Segundo Manoel, era comum ver macacos pelas árvores frutíferas de sua propriedade, mas a presença dos primatas diminuiu nos últimos meses. Ele afirma que nunca teve registro de morte de macaco em sua propriedade, e diz esperar que o animal não tenha morrido em decorrência da febre amarela.
“Se não for por febre amarela pode ter sido por envenenamento de alguma coisa que ele tenha comido, já que estamos em uma área urbana. Se for febre amarela já estamos todos imunizados”, tranquiliza o proprietário.
O infectologista do Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), Marcelo Setton, explica que a transmissão da febre amarela não se dá pelo contato com macacos infectados.
“A febre amarela só é transmitida pela picada dos mosquitos transmissores infectados, principalmente em regiões de mata, tendo em vista que a febre amarela urbana foi praticamente erradicada no país. A melhor forma de prevenção não é matando esses animais, mas pela vacinação”, afirma o infectologista.
Sobre a conduta do bombeiro em relação a esse caso, o Corpo de Bombeiros em Rondônia reitera que o procedimento padrão é contatar o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a remoção de animais silvestres.