Nova terapia pode curar o câncer com uma injeção

No Brasil, a estimativa é que ocorra, por ano, 600 mil novos casos da doença, segundo o Instituto Nacional de câncer (Inca).

Mas a novidade desta vez é a descoberta de um tipo de tratamento que aproveita o sistema imunológico para combater o câncer, chamado de imunoterapia.

A imunoterapia pode mudar completamente a maneira como a doença é tratada no futuro.

Mas como funciona esse tratamento?

A imunoterapia desenvolvida pelo doutor Ronald Levy e sua equipe, em Stanford, Estados Unidos, vem na forma de uma pequena injeção contendo dois minúsculos agentes que poderiam potencialmente salvar vidas a longo prazo.

Essa é uma boa notícia para pacientes com câncer, já que no ano de 2018 alguns ensaios muito promissores de imunoterapia foram conduzidos com sucesso em um grupo de camundongos.

E os resultados foram mesmo surpreendentes: dos 90 casos de linfoma, 87 deles foram curados após a injeção.

Os três restantes receberam então uma segunda dose, que também os curou da doença.

Resultados semelhantes foram observados quando testados em cobaias para câncer de pele, mama e cólon.

O mais impressionante dessa injeção é que ela parece ter efeitos sistêmicos, ou seja, no corpo inteiro.

Dessa forma, não só os tumores que foram tratados diretamente desaparecem, mas também os encontrados em outras partes do corpo.

Esse efeito sistêmico pode ser atribuído à capacidade de ativar o sistema imunológico.

Ronald Levy, professor de oncologia e autor sênior do relatório, explica: "Nossa abordagem usa uma aplicação única de quantidades muito pequenas de dois agentes para estimular as células imunes apenas dentro do próprio tumor".


O tratamento é provavelmente menos dolorido do que a quimioterapia ou radioterapia e oferece o potencial de cura em todo o corpo, em relação ao tratamento local.

Também seria mais rápido em comparação com outros tratamentos, pois requer apenas uma pequena dosagem desses agentes: os anticorpos anti-OX40 e oligonucleotídeo CpG.

Os dois se unem e funcionam juntos para curar as áreas infectadas.

Levy relatou que, se sua eficácia for confirmada após testes realizados em seres humanos, provavelmente seria usado após a cirurgia para reduzir o risco de recorrência de células cancerosas.

Os dois agentes essencialmente aumentam a capacidade do corpo de produzir células T, que são capazes de erradicar as células cancerosas.

Eles são inicialmente injetados no tumor e, uma vez eliminados, as células remanescentes são semelhantes a anticorpos, que buscam outras células que possam ter sido afetadas.

Após esses testes iniciais, o doutor Levy começou a testar sua injeção em  humanos.

Suas descobertas foram publicadas na Cancer Discovery em agosto de 2018.

Nesse teste inicial, para os 29 indivíduos com Linfoma testado, o tumor tratado encolheu em 26 dos casos, em um deles desapareceu completamente.

Os resultados são bastante encorajadores, e como Christopher Melani, médico do NCI Center for Cancer Research afirmou, “o grau de respostas apresentado com esta combinação da vacina e radiação foi muito maior do que seria esperado por remissão espontânea ou radioterapia focal".

Doutor Levy está confiante na imunoterapia como uma cura potencial para o câncer no futuro; "Eu não acho que haja um limite para o tipo de tumor que poderíamos potencialmente tratar, desde que ele seja atacado pelo sistema imunológico".

 



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