SUS passa a oferecer medicamento que garante prevenção contra HIV

O sistema público de saúde da cidade de São Paulo começa a oferecer gratuitamente, a partir desta quinta-feira (18), um medicamento que previne a infecção pelo HIV, vírus que é o causador da Aids.

Para garantir a proteção contra o HIV , o uso do antirretroviral deve ser contínuo. Para receber do Serviço Único de Saúde (SUS) a Profilaxia Pré-Exposição, ou PrEP, como é conhecido esse tipo de tratamento, o indivíduo deve ser soronegativo, ou seja, não viver com o vírus, e fazer parte do grupo de vulnerabilidade, que inclui homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, transexuais e casais sorodiferentes – quando apenas um deles possui o vírus.

O Brasil é o primeiro país da América Latina a contar com essa profilaxia – recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2012 – entre as alternativas de prevenção ao HIV em seu sistema público de saúde.

Atualmente, a tecnologia é comercializada na rede privada dos Estados Unidos, da Bélgica, da Escócia, do Peru e do Canadá. O fármaco usado no tratamento também já estava disponível no Brasil, e custa aproximadamente R$ 290 uma caixa que dura um mês. Sendo assim, o Brasil acaba de entrar no ranking dos poucos países que disponibiliza a PrEP na rede pública de saúde, junto da França e da África do Sul.

A PrEP faz parte de uma nova abordagem para resposta ao HIV. Trata-se de um cardápio de tecnologias de prevenção ao HIV/Aids, que inclui o tradicional preservativo, mas também a testagem, tratamento, imunização, diagnóstico, redução de danos, prevenção à transmissão vertical e a Profilaxia Pós-Exposição, que dão à pessoa e ao profissional de saúde a possibilidade escolher uma metodologia ou combinar várias que se adaptem às necessidades e ao momento de vida do usuário.


Investimento
O investimento no programa foi de R$ 9 milhões e permitiu a compra de mais de 3,5 milhões pílulas. “Cada comprimido custou U$ 0,75 para o ministério, e foram adquiridos 9 mil medicamentos para um ano de PrEP”, informa Adele.

Ainda em fase de projeto de pesquisa, a PrEP poderá futuramente ser ofertada a adolescentes. “O estudo vai demonstrar se adolescentes podem tomar o medicamento, se têm adesão, quais são os efeitos colaterais que não são vistos na população adulta. Estamos esperando o resultado desse projeto de pesquisa para tentar incorporar os adolescentes para usarem PrEP também”.

Segundo a diretora DIAHV, até o fim deste semestre, o programa deve chegar a outros estados. “Até julho teremos pelo menos uma serviço em cada capital brasileira.”

 



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