Caso Tainá: após dois anos, morte de grávida segue sem solução

Mais de dois anos após a morte da jovem Tainá Carina Mendonça, de 21 anos, que estava grávida de oito meses do segundo filho, a Polícia Civil ainda investiga o caso. Em Monte Negro (RO), no Vale do Jamari, a família pede por justiça.

Maria das Graças Mendonça, a mãe de Tainá, ainda guarda os exames do pré-natal da filha e se emociona ao ver a ultrassonografia do neto que ela nunca chegou a conhecer.

” Dois anos e saber que não tem nenhuma notícia.Tudo que eu queria é que a polícia desse uma resposta. Eu tenho o direito eu sou mãe. Dói, muita maldade muita crueldade, tudo que a gente quer é justiça, foram duas vidas que tiraram. Não é possível que a gente esteja em um país onde pode matar uma pessoa com um filho na barriga e fique por isso mesmo”, lamenta.

O promotor de justiça Marcus Alexandre Oliveira Rodrigues diz que alguns casos, mais complexos, demoram mais a ser resolvidos. “Não há nenhuma dúvida, realmente foi um homicídio. Existem crimes que realmente possuem uma elucidação mais complexa, e esse é um caso típico”, explica.

O crime segue sendo investigado pela Polícia Civil e Ministério Público, e está sob segredo de Justiça. O documento com autos do caso tem 1,2 mil páginas e cinco pessoas estão sob investigação.

A Polícia Civil informou por meio de nota que não falará sobre o caso para não comprometer as investigações, que estão em andamento.

Caso Tainá Carina

Tainá Carina desapareceu no dia 27 de outubro de 2017, depois de dizer aos familiares que iria até a residência do ex-marido, para exigir que ele pagasse a pensão da filha de cinco anos que eles tiveram e para que ele assumisse a paternidade do filho que esperava.

O ex-marido de Tainá chegou a ser preso no dia 28 de outubro, como principal suspeito no desaparecimento da jovem, mas ele comprovou que estaria em uma autoescola do município e foi solto.


Em novembro de 2017, a Polícia Civil começou a tratar o caso como homicídio e buscas foram realizadas em propriedades rurais da região. Dias depois, familiares da jovem fizeram um protesto que chegou a fechar por algumas horas a BR-421, que liga Ariquemes a Monte Negro.

A PM encontrou uma casa localizada na zona rural de Monte Negro, no dia 8 de novembro, que poderia ter servido como cativeiro para a jovem. Maria das Graças chegou a reconhecer uma calcinha e um batom da filha encontrado no suposto cativeiro, mas a polícia confirmou que os objetos não eram da grávida.

Em janeiro de 2018, o cunhado de Tainá Carina foi preso por usar o número de celular da jovem. Segundo a Polícia Civil, ele não era suspeito do desaparecimento de Tainá, mas a prisão aconteceu para esclarecimentos sobre o uso do número da grávida em um aplicativo de mensagens.

Cinco dias depois, o cunhado de Tainá foi solto após a mãe e a irmã da jovem confessarem que colocaram o chip no celular do cunhado da grávida sem o conhecimento dele.

Em fevereiro do mesmo ano, a Polícia Civil divulgou as investigações haviam voltado à ‘estaca zero’ por conta das informações precipitadas passadas a equipe de investigação. Um machado chegou a ser encontrado em um terreno baldio de Monte Negro, com a suspeita de que poderia ter sido usado para assassinar a jovem. Mas a relação do objeto com o caso foi descartado pela Polícia.

Em julho de 2018 uma ossada encontrada em uma região conhecida como Serra do Sapateiro levantou suspeitas de que os restos mortais poderiam ser da jovem e do bebê, o que foi confirmado após exames periciais. Em agosto do mesmo ano, Tainá e o filho foram sepultados.

Fonte G1 Rondônia