“Um debate que antecede as eleições de 15 de novembro. Logicamente o objetivo é repassar a vocês a experiência de vida de uma campanha”. Com esta frase o senador Confúcio Moura (MDB-RO) iniciou, na noite de quarta-feira (27), a palestra via videoconferência promovida pelo Sebrae/RO, mediada pelo superintendente da instituição, Daniel Pereira, para abordar o tema “O Cenário Político, Econômico e Social do Brasil para Prefeitos (as) e Vereadores(as) Eleitos em 2020”.
Em aproximadamente trinta e cinco minutos, Confúcio Moura falou que esta será uma campanha curta por causa da pandemia e destacou que não será possível fazer um processo eleitoral como antes. “Caminhadas, reuniões, cumprimentar e abraçar as pessoas; a campanha desse ano será inusitada”, afirmou.
Uma das orientações do senador é para que o candidato não sacrifique a vida da família por causa de uma campanha. “Esse é o primeiro conselho que eu dou. Nada de vender casa, vender isso, vender aquilo, nada de pegar dinheiro emprestado, nada de fazer essas besteiras. Nada disso. As vezes perder é ganhar”, asseverou.
Fazer um plano de governo para o mandato é outro aspecto relevante na avaliação do parlamentar. Segundo ele, é importante escolher entre dez a doze temas prioritários do município, e depois de escrito, protocolar na Justiça Eleitoral, de tal forma que se for eleito terá as metas que protocolou. As regras servem também para os candidatos a vereador.
Cenário Econômico
O parlamentar, que é presidente da comissão Mista do Congresso nacional que acompanha os gastos do governo com a pandemia, afirmou que o Brasil vai chegar ao fim do ano mais pobre que estava. Segundo ele, muito mais pobre. Assegurou que para socorrer as famílias desempregadas, desamparadas, o governo emitiu papéis, e hoje a estimativa é que o Brasil possa a chegar a um endividamento, um desequilíbrio fiscal na ordem de R$ 900 bilhões a R$ 01 trilhão neste ano. “Com essa projeção de endividamento nós levaremos dez anos para pagar, ou seja, em 2030”.
A situação brasileira é delicada, mas a partir do ano que vem, segundo ele, há uma estimativa de crescimento real da economia. “Se houver um crescimento robusto na economia em 2021, se todas as reformas forem feitas, os enquadramentos dos estados e municípios o Brasil pode pagar essa dívida mais rápida, mas será necessária uma atitude firme da equipe econômica do governo federal”, falou.
Confúcio Moura disse que o futuro é incerto, e em 2021 encontraremos um país com um grande número de desempregados, com uma grande população que trabalha no mercado informal tentando se virar para sobreviver. Ele disse acreditar que em torno de 20% das microempresas brasileiras devem fechar as portas. “A área de serviço é a mais afetada, mas o varejo e a indústria estão começando a reagir”, disse.
Agricultura
Segundo o parlamentar, o agronegócio é o que manteve a economia mais ou menos segura, mas há o outro lado da agricultura que precisa da prefeitura: a agricultura familiar, e afirmou que o prefeito deve se dedicar em políticas voltadas ao pequeno agricultor no seu município. Ele enfatizou que os prefeitos devem aproveitar a experiência da Ceplac (Comissão Executiva do Plano da lavoura Cacaueira) e colocar os jovens para fazer estágio, utilizar a experiência da Emater, inovar a produção leiteira, investir no café, no cacau, na fruticultura. “Dá para fazer um trabalho lindíssimo na agricultura familiar”, alertou.
Cenário social
O grande problema desta pandemia, segundo Confúcio Moura é que ela veio evidenciar uma mazela no mundo, a desigualdade. Segundo ele, a concentração da riqueza é humilhante e que metade da riqueza do mundo está nas mãos de 56 famílias, e lá embaixo está a população precisando comer arroz com feijão e ovo.
Confúcio sugere que o prefeito de uma cidade deveria propor que ninguém da sua cidade passe fome. “Foi se o tempo em que a gente pensava em fazer grandes obras, hoje nós temos é que socorrer as pessoas. Não deixar ninguém passar fome. Não existe maior humilhação do que a fome, é terrível”, asseverou.
Educação, ciência e tecnologia
Uma das maneiras de acabar com a miséria, é a educação, disse o senador. Para ele, todo prefeito deve se preocupar com a escola de qualidade. “A primeira coisa que o prefeito tem que fazer é não fazer nomeação diretor de escola por indicação política. Ele deve ter a grandeza de fazer uma nomeação pela competência. A gestão de uma escola é quase uma prefeitura. Secretário de educação não pode ser qualquer um”, enfatizou.
internet para todos, é uma das sugestões de Confúcio Moura para a área de tecnologia e lembrou que as crianças que não têm celular ou computador em casa não estão podendo assistir aula remota. “Então, nós temos que encontrar mecanismo interessantes para que todas as crianças do município tenham celular ou computador em casa para acessar as aulas remotas, porque nunca mais as aulas serão iguais. É assim que nós vamos tocar a vida no futuro com a tecnologia e internet.
Saúde
Na área de saúde, Confúcio Moura sugeriu que nas prefeituras pequenas tenham que se preocupar mesmo é com a atenção básica à saúde, com os agentes comunitários de saúde. “O pré-natal bem feito, a primeira infância bem socorrida, os hipertensos e diabéticos têm que estar bem cadastrados. Você tem que fazer a prevenção, o tratamento dos idosos para evitar complicações, isso é básico”, disse.
O evento, de iniciativa do Sebrae/RO, durou aproximadamente duas horas e contou também com a participação do prefeito de Monte Negro, Evandro Marques, e do Presidente do Conselho do Sebrae de Rondônia, Hélio Dias.
Fonte Assessoria