Timothy Ray Brown, o primeiro paciente do mundo que se tem registro a ser curado da infecção de HIV, morreu após o retorno de um câncer agressivo. A informação foi confirmada pelo seu atual parceiro, Tim Hoeffgen, na ultima quarta-feira (30/09). O paciente obteve êxito em seu tratamento no ano de 2007, após receber o transplante de um doador que apresentava resistência natural ao vírus.
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O caso de Brown serviu de inspiração e legado para uma comunidade global de médicos, cientistas e pesquisadores, que trabalham arduamente na tentativa de encontrar uma cura para a doença. Nascido nos Estados Unidos em 1966, ficou conhecido mundialmente e na literatura medicinal como Paciente de Berlim.
A cura do HIV de Brown
O americano, residente na Alemanha, foi diagnosticado com HIV em 1995. No ano de 2007, descobriu a existência de um tipo de câncer sanguíneo conhecido como leucemia mieloide aguda.
Na época, o médico Gero Huetter, especialista em câncer sanguíneo da Universidade de Berlim e que cuidou do seu caso, sugeriu que o transplante de medula seria a melhor alternativa para salvar a sua vida, e de quebra decidiu utilizar o procedimento para tentar curá-lo do HIV, com a participação de um doador detentor de uma rara mutação genética que fornece resistência natural ao vírus da Aids. Essa variabilidade genética está presente em uma pequena parcela da população que descende de povos do norte da Europa e é conhecida como mutação genética CCR5.
O primeiro transplante realizado no paciente, ocorrido no ano de 2007, o livrou do HIV, mas a leucemia permaneceu. Após um segundo transplante, do mesmo doador, em março de 2008, a situação do câncer foi contornada. Nos últimos meses, entretanto, o câncer retornou de maneira ainda mais agressiva, e se espalhou por todo o corpo. Já o HIV permaneceu desaparecido durante o resto de sua vida, conforme foi possível confirmar a partir de sucessivos testes.
Fonte 1news