Rondônia: Hospital emite nota e confirma um caso de meningite; outro foi descartado e crianças indígenas seguem internadas

Vilhena está em polvorosa desde ontem, quando a direção do Hospital Regional emitiu nota para comunicar um caso de meningite confirmado e dois suspeitos registrados pela unidade.

Na manhã deste domingo, 16, a reportagem esteve no hospital e apurou que um dos casos suspeitos já foi descartado. Trata-se do aluno de uma escola particular, que recebeu atendimento e foi liberado.

Já as crianças indígenas (a que tem mesmo a doença e a outra, cujo diagnóstico) ainda não foi confirmado, continuam internadas. Veja abaixo, na íntegra, a nota emitida pelo HR:



Comunicado: Hospital Regional de Vilhena emite alerta sobre meningite
 
Cidade tem um caso confirmado e dois suspeitos: veja cuidados necessários
 
Neste sábado, 15, a direção do Hospital Regional de Vilhena (HRV) informou um caso confirmado e outro dois suspeitos de meningite em crianças do município. Os profissionais do hospital já trataram os três, inclusive aqueles que tiveram contato com eles, administrando a medicação necessária capaz de impedir os infectados de transmitir ou desenvolver a doença. Mesmo assim, alguns cuidados importantes são necessários.
 
De acordo com o diretor técnico e vice-diretor clínico do HRV, André Monteiro, crianças espirrando, tossindo ou com conjuntivite devem evitar escolas, creches e locais de aglomeração nos próximos dias como medida de segurança. “Os pais devem levar seus filhos com sintomas de gripe para os postos de saúde a fim de realizar exames. A rede de Atenção Básica está preparada com médicos capacitados para o caso”, explica.
 
O caso confirmado é de um aluno indígena da zona rural de Vilhena, morador de aldeia que fica a 23 quilômetros do Centro da cidade. O diagnóstico do pequeno foi feito na sexta-feira, 14. Na mesma tribo há outro caso suspeito, que ainda é avaliado pelo hospital neste sábado. O outro caso suspeito é de aluno da rede particular de ensino da zona urbana. O exame final deste último deve estar disponível nesta segunda-feira, 17.
 
Todos que entraram em contato ou estiveram próximas das três crianças receberam medicação preventiva, que impede que a pessoa infectada transmita ou desenvolva a doença.
 
Inclusive, neste sábado, Dia D de Vacinação em todos os postos de saúde, a rede de atenção básica orientou famílias e aplicou vacinas contra a meningite tipo C, a mais comum no Brasil.
 
“A partir deste dia 15 até quando julgarmos necessário, por medidas de segurança, reduzimos a quantidade de visitantes para apenas um por paciente por vez. Isso evita que a circulação de pessoas no hospital aumente o risco de novas transmissões”, explica Faiçal Akkari, diretor geral do HRV.
 
A DOENÇA
A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por vírus ou por bactéria, que é mais grave. Há 12 sorogrupos de meningite bacteriana já identificados no Brasil, entretanto, o sorogrupo C é o principal causador de doença, responsável por 60% dos casos.
 
Os sintomas da meningite incluem início súbito de febre, dor de cabeça e rigidez do pescoço. Muitas vezes há outros sintomas, como mal estar, náusea, vômito, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz), estado mental alterado (confusão). Em recém-nascidos e bebês, alguns dos sintomas descritos acima podem estar ausentes ou difíceis de serem percebidos. O bebê pode ficar irritado, vomitar, alimentar-se mal ou parecer lento ou não responder a estímulos. Também podem apresentar a fontanela (moleira) protuberante ou reflexos anormais.
 
O risco de contrair meningite é maior entre crianças menores de cinco anos, principalmente até um ano, no entanto pode acontecer em qualquer idade. A maioria dos casos evoluem para cura. No entanto, é necessário assistência médica na vigência dos sintomas.

Fonte Folha do Sul