Símbolo nazista estava em roupa de atirador de 16 anos que matou professoras e aluna em escolas de Aracruz

O autor de atentado com arma de fogo em duas escolas de Aracruz, que não teve o nome divulgado por ser menor de idade, usava símbolos que remetem ao neonazismo durante o ataque. 

A informação foi confirmada pela polícia durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (25). O atirador utilizava uma braçadeira com uma suástica e uma máscara de caveira, ou “skull mask”, item muitas vezes associados a grupos neonazistas europeus e norte-americanos.

A tragédia aconteceu em dois locais: na Escola da Rede Estadual Primo Bitti e no Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), ambas no bairro Coqueiral de Aracruz, na manhã desta sexta-feira (25), por volta das 9h50, de acordo com câmeras de segurança da primeira escola.

Durante o primeiro ataque, duas professoras foram mortas e 11 pessoas feridas, no segundo, uma aluna morreu e duas pessoas foram feridas. A ação no segundo colégio teria durado cerca de um minuto.

atentado foi descrito pelo prefeito de Aracruz, Dr. Coutinho, como a maior tragédia que o município já viu

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“É a maior tragédia que nossa cidade já viu; a cidade toda está chocada. Na escola estadual, todas as vítimas são professores. Uma tristeza. Já estamos recebendo reforços na segurança, as aulas ficam suspensas até segunda-feira”, disse.

O suspeito já foi detido. Os feridos foram encaminhados para hospitais de Vitória. O helicóptero de Notaer foi acionado para ajudar no atendimento.

Filho de PM, adolescente usou armas e carro de pai ataques

A polícia apurou que o adolescente usou duas armas do pai, que é policial militar, para cometer os crimes. Foram utilizadas uma pistola .40 e um revólver .38, sendo uma cadastrada como item particular, com registro em nome do pai, e a outra pertencente à Polícia Militar do Espírito Santo.

O adolescente, que não teve o nome revelado por ser menor de idade, também usou o carro do pai para cometer os ataques.


Ele primeiro se dirigiu à Escola da Rede Estadual Primo Bitti, onde já havia estudado, e depois seguiu para a escola privada, o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), ambas no bairro Coqueiral de Aracruz. 

Adolescente não demonstrou arrependimento após ataques com mortes em escolas, diz polícia

O adolescente de 16 anos que invadiu duas escolas em Aracruz foi apreendido horas após o crime. Durante os atentados, o jovem, que é ex-aluno de uma das escolas, matou duas professoras, uma estudante de 12 anos e feriu outras 13 pessoas. Segundo a polícia, ele demonstrou frieza no momento em que foi encontrado

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Durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira (25), o superintendente de Polícia Regional Norte, João Francisco Filho. deu detalhes sobre o estado do jovem.

“Estive com ele, foi uma conversa tranquila. Ele falou todos os fatos com riqueza de detalhes, disse que planejou, mas não falou qual foi o motivo. Ele estava em choque, mas tranquilo. Não conseguimos ver arrependimento”, afirmou.

Atuação de grupos extremistas no Brasil

Grupos violentos e extremistas não são novidade no Brasil. Segundo levantamento da antropóloga Adriana Dias, atualmente, no país, existem cerca de 530 células neonazistas em atividade.

Segundo a pesquisadora, os grupos agem majoritariamente pela internet e trazem semelhanças entre si como o masculinismo, que é o ódio ao feminino e ao movimento feminista, além de traços intrínsecos do movimento nazista como o ódio a minorias como negros, judeus e a comunidade LGBTQIA+.

Aluno invadiu escola em Jardim da Penha em agosto deste ano

Outra invasão em escola aconteceu em agosto deste ano. Na época, o autor Henrique Lira Trad de 18 anos, entrou no colégio munido de arco e flechas, três bestas, facas, munições, armas de fabricação caseira e um coquetel molotov.

Nas redes sociais, Henrique utilizava expressões como “sanctus” termo que significa santo e muito usado em chats de “incels” (sigla para celibatário involuntário em inglês), grupo misógino que prega a violência e o desprezo a mulheres, principalmente na internet. 

*Texto do repórter Guilherme Lage, do Folha Vitória