Aline Vargas, estudante de odontologia de 35 anos, fez um boletim de ocorrência em maio deste ano, onde registrou queixa por assédio sexual. O caso envolvia um ex-produtor da Globo, Wladmir Santos e Souza, responsável pelas seletivas para o Big Brother Brasil 22.
O inquérito foi aberto pela Polícia Civil de Minas Gerais, em maio, e enviado para o Ministério Público. Agora, no mês de agosto, Aline Vargas recebeu a notícia de que a denúncia feita pelo Ministério Público foi acatada pela Justiça.
Em entrevista ao Metrópoles, ela contou que está sem advogado, por não ter dinheiro para pagar. “Estou sozinha, apenas pela Defensoria Pública. Vou me encontrar com o promotor, que já tem conhecimento dos casos de outras vítimas, para ver quais serão as diretrizes do meu caso.”
Por conta da repercussão do caso, Aline Vargas trancou o curso de odontologia e o marido, Felipe Chamone, foi exonerado do cargo público que ocupava. “Estamos matando um leão por dia. Minha vida virou de cabeça para baixo”, relata.
Apesar das dificuldades que enfrenta para levar o caso em frente, a estudante acredita que está no caminho certo. “Quero Justiça, quero representar as outras vítimas também. Espero que essa exposição encoraje outras mulheres, mas não somente no processo seletivo do BBB. A gente só faz a revolução quando começa a guerra. E eu comecei a guerra para ver isso acabar, porque é inadmissível. Quem está com a verdade não tem medo da luta”, pontua.
O Metrópoles acionou a Globo para comentar o fato e a emissora respondeu em nota: “Como você sabe, a Globo não comenta questões relacionadas a Compliance, mas o colaborador em questão não está mais na empresa. Aproveitamos para reiterar que temos um Código de Ética, que deve ser seguido por todos nossos colaboradores, e uma ouvidoria pronta para receber quaisquer relatos de violação ao Código. Todo relato é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento e as medidas necessárias são adotadas.”
Relembre o caso
No dia 23 de maio, Aline Vargas, a estudante de odontologia, procurou a Delegacia da Mulher de Belo Horizonte para denunciar um ex-produtor do Big Brother Brasil por assédio sexual. Em conversas disponibilizadas ao Metrópoles, o homem, conhecido como Wlad, pediu nudes e fotos sensuais para a estudante como forma de facilitar a entrada no reality show.
Após a negativa de Aline Vargas, o produtor disse que ela teria poucas chances de entrar no programa por não fazer o perfil do BBB e ser casada. A estudante, então, buscou contato com Cido, um dos diretores do Big Brother Brasil 20, para contar sobre o caso de assédio. O ex-diretor, entretanto, não se assustou com a situação. Em áudio, Cido disse:
“Ele marca com você para ir no Rio de Janeiro, encontrar pessoalmente e vai querer outro tipo de coisa, entendeu? Não sei se você tá entendendo o que eu tô te falando, mas cara, o que mais tem é isso.”
Atualmente, Cido não faz mais parte dos quadros da emissora. Outro produtor, chamado Simon, também trocou mensagens com Aline Vargas e afirmava que queria ter um relacionamento com a estudante. À época, a Globo emitiu uma nota dizendo que ele não está mais na emissora.
“O colaborador em questão não está mais na empresa. Aproveitamos para reiterar que temos um Código de Ética, que deve ser seguido por todos nossos colaboradores, e uma ouvidoria pronta para receber quaisquer relatos de violação ao Código. Todo relato é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento, e as medidas necessárias são adotadas”, informou a emissora.
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