Carrie Lam criou uma plataforma para tentar encerrar protestos
Após a manifestação pacífica no último domingo (18), que reuniu 1,7 milhão de pessoas, a líder do governo local, Carrie Lam, anunciou a imediata criação de uma “plataforma de diálogo”, com representantes de todas as áreas sociais e políticas, na tentativa de encerrar a série de protestos deflagrada na região. Durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (20), a chefe de governo disse esperar que a ausência de violência represente um presságio de “volta à calma e o fim da violência”, apesar de se recusar a ceder os pedidos do movimento. “No domingo, vários cidadãos de Hong Kong participaram em uma manifestação em Victoria Park que foi, em geral, pacífica”, disse. Lam ainda garantiu que seu governo está “comprometido em ouvir” as razões dos manifestantes que têm tomado as ruas de Hong Kong desde junho, quando a crise iniciou devido à possibilidade da aprovação de uma lei – atualmente suspensa – que permitiria a extradição de condenados para a China continental.
Os atos, no entanto, ganharam proporção e outros temas democráticos foram incluídos. “Começaremos imediatamente a trabalhar na criação de uma plataforma de diálogo que, espero, se baseie na compreensão mútua e no respeito por encontrar uma saída para a situação atual de Hong Kong”, afirmou a chefe de governo. A política ainda reiterou que a proposta de reforma da lei de extradição está “morta” e que não há planos para ressuscitá-la, “especialmente à luz das preocupações do público”. Apesar da declaração, Lam não mencionou a retirada da lei, uma das cinco reivindicações dos manifestantes junto com sua renúncia; uma investigação independente sobre as ações da polícia durante os confrontos; a retirada das acusações de revolta contra os manifestantes presos; e a retomada da reforma política.
A líder do governo não respondeu diretamente os questionamentos, mas citou o trabalho da força-tarefa criada pelo Conselho de supervisão da polícia. “Espero que isso possa ser uma resposta muito responsável às aspirações de uma melhor compreensão do que aconteceu em Hong Kong”, finalizou. Ao todo, mais de 700 pessoas foram detidas pela polícia desde o início dos protestos.