A Justiça de Rondônia decidiu manter as prisões preventivas dos dois acusados de arrancarem o bebê da barriga de Fabiana Pires Batista utilizando uma faca. A dupla também é acusada de matar o filho de Fabiana, um menino de sete anos, em um loteamento de Porto Velho.
Cátia Barros Rabelo e Mario Barros do Nascimento, mãe e filho, estão presos desde outubro de 2019 (quando aconteceu o crime) e ainda aguardam julgamento pelo Tribunal do Júri.
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Cátia e Mario são acusados de envolvimento no assassinato de Fabiana Pires Batista. A gestante teve o bebê arrancado da barriga e outro filho dela, de sete anos, foi morto em uma represa de água no loteamento.
Cátia Barros Rabelo é acusada de homicídio qualificado e duplamente qualificado, além de corrupção de seis menores. Já Mário também responde por homicídio qualificado e duplamente qualificado, corrupção de seis menores e ocultação de cadáver.
“A prisão preventiva decretada com base na conveniência da instrução criminal pode perdurar até o julgamento em plenário, já que as testemunhas ameaçadas pelo acusado poderão vir a ser chamadas para depor”, diz a justiça.
Para que mãe e filho vão ao Tribunal do Júri, conforme decisão judicial, ‘a retomada das sessões presenciais de julgamento (durante a pandemia de Covid-19) depende da constatação de condições sanitárias e de saúde pública compatíveis com a realização do julgamento e medidas de segurança’.
Cátia e Mário são defendidos pela Defensoria Pública.
‘Só queria o bebê’
Após ser presa em 2019, Cátia Barros Rabelo confessou na frente dos jornalistas sobre sua participação no crime. Na ocasião, a mulher negou ter planejado dar o golpe da barriga em um garimpeiro e explicou o motivo de ter arrancado o bebê da barriga de Fabiana com uma faca. “Eu só queria a criança”, disse
Cátia afirmou aos jornalistas ter se arrependido de sequestrar o bebê e de ter participado do assassinato de Fabiana e do outro filho dela, Gustavo Henrique, de 7 anos.
Mãe e filho foram encontrados mortos dentro de loteamento em Porto Velho. — Foto: Arquivo pessoal
A investigação da polícia apontou que a ré teria arquitetado o plano, junto com os próprios filhos, pois fingia uma gravidez e queria dar o golpe da barriga em um garimpeiro.
Questionada quem teria planejado o crime, Cátia afirma que a ideia foi da própria irmã de Fabiana, uma adolescente de 13 anos. “Eu não denunciei ela antes do crime, pois acreditava que ela não teria coragem de por o plano em prática”, afirma.
Filho negou participação
O filho de Cátia, Mário Barros, negou ter participado dos homicídios junto com sua mãe e os outros cinco envolvidos.
“O Mário relata que apenas viu a criança na casa da mãe dele, e que teria saído só para pedir roupas. Ele afirmou que se negou a comunicar a polícia sobre a criança no imóvel da mãe dele, mas nega que tenha planejado o crime ou estado presente no local onde o bebê foi retirado do ventre da mãe”, disse a delegada do caso na época da investigação.
Outras quatro pessoas foram detidas pelo duplo homicídio e o sequestro do bebê: a irmã de Fabiana, então com 13 anos, e três adolescentes.
Local onde Gustavo e Fabiana morreram em Porto Velho — Foto: Diêgo Holanda/G1
Relembre o crime
- 20 de outubro de 2019: O corpo de Gustavo Henrique é encontrado boiando no lago de um loteamento de Porto Velho. Não havia confirmação se suposto afogamento da criança foi oriundo de acidente ou homicídio;
- 21 de outubro de 2019: Fabiana é encontrada morta no mesmo local onde o filho de 7 anos foi achado sem vida. O corpo da mulher estava parcialmente enterrado e apresentava ferimentos na cabeça, tórax e barriga. O corpo foi achado pelo pai de Gustavo. A mulher estava grávida de 8 meses e teve o bebê arrancado da barriga durante o assassinato. O recém-nascido está internado em estado estável no Hospital de Base de Porto Velho;
- 22 de outubro de 2019: Uma menina de 13 anos é apreendida suspeita de envolvimento nos assassinatos. Ela é irmã de Fabiana e tia de Gustavo. Um adolescente, de 15 anos, também foi apreendido. Ele e a menina foram os supostos executores do assassinato. O que se sabe é que o bebê foi arrancado por eles para ser entregue a uma mulher que fingia estar grávida de um garimpeiro. Ela é mãe do adolescente de 15 anos;
- 23 de outubro de 2019: A polícia confirma que outros adolescentes foram apreendidos por suposto envolvimento no mesmo crime. Todos estão internados. Três deles são filhos de Cátia Barros Rabelo, identificada como a mulher que fingia a gravidez. Ela é acusada de participar do crime e entregar os instrumentos aos menores para execução.
- 12 de novembro de 2019: Mario Barros do Nascimento é preso. Segundo a delegada Leisaloma Carvalho, Mário Barros negou ter participado dos homicídios junto com sua mãe e os outros cinco envolvidos.
FONTE G1 RO