Rondônia: Irmãos localizam pai que não viam há 36 anos: ‘É nosso primeiro Dia dos Pais’

Muitas são as histórias de filhos que não conhecem os pais, por diversos motivos. Muitos também são os casos em que esses filhos decidem ir em direção ao passado pela curiosidade sobre suas origens. Com essa disposição, o professor Héverton Pereira, de 37 anos, passou boa parte da vida em busca do pai, desaparecido desde quando ele tinha apenas 8 meses de vida.

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Com a intenção de construir uma nova história, Héverton, morador de Ariquemes (RO), e o irmão Cleber Pereira, em Brasília (DF), consideravam que saber as circunstâncias do desaparecimento do pai não era o mais importante.

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Ao G1, Héverton contou que nos últimos anos foram várias as tentativas para localizar o genitor.

Uma das versões ouvidas pelos irmãos era de que o pai, Adão Pereira, hoje com 62 anos, não foi aceito pelo sogro e precisou deixar o interior do Paraná, onde a família vivia.

“Eu sentia um vazio de saber da minha raiz. Todo mundo tinha um pai e eu não. Eu e meu irmão começamos a pesquisas, mas nós nunca encontrávamos. Tivemos até notícias de que ele estava morto, então a gente desanimava, mas de repente a gente recomeçava”, revela.

Um desses recomeços aconteceu já durante a pandemia de Covid-19, quando o irmão de Héverton conseguiu algumas informações novas sobre o pai.

A partir daí, Héverton e Cléber encontraram um último endereço do pai, em Foz do Iguaçu (PR), e eles então contara com grupos de aplicativos de mensagens e programas de TV para localizar Adão Pereira. Um homem viu os anúncios e avisou os irmãos sobre o paradeiro do trabalhador rural .

“Encontramos nosso pai morando no Paraguai, já um senhor idoso. Leigo, ele também tentou correr atrás de notícias nossas, mas nunca conseguiu. Agora vamos tentar construir uma nova história, fazer um recomeço com ele. Esse é nosso primeiro dia dos pais“, diz Héverton.


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“Hoje a gente já tem o sentimento de saber que tem um pai. Está longe ainda, mas sei que tenho um pai. É um sentimento de alegria, de um quebra-cabeça montado”, declarou.

Adão Pereira vive há mais de 15 anos no país vizinho. Lá ele trabalhou em lavouras nas décadas de 80 e 90, até conhecer uma esposa e ir para uma cidade paraguaia.

Reencontro presencial

Por causa da pandemia, a família optou por esperar mais um pouco até que aconteça o encontro presencial entre Adão e Héverton. Enquanto isso, o idoso está em Brasília, na casa do filho Cleber.

Héverton, por enquanto, tem feito chamadas por vídeo para ir matando a saudade do pai, mas espera revê-lo pessoalmente e em breve.

“Estamos aguardando porque aqui em Ariquemes está muito perigoso e ele já é um senhor de idade e lá em Brasília está bem assegurado. Trazer ele nesse momento pra cá seria colocar ele em risco. Esse encontro ainda vai demorar um pouco, mas a gente se fala todo dia”.

Coincidência com a ficção

Com o retorno de Adão, por causa do sobrenome, surgiram comparações com o personagem Pereirinha, da novela Fina Estampa, da TV Globo.

Na trama, o personagem marido de Griselda reaparece depois de anos.

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Fonte G1 RO